O jornal Folha de São Paulo traz reportagem, nesta quarta, sobre uma nova descoberta da equipe do pesquisador Gonçalo Pereira sobre o fungo da vassoura-de-bruxa que ataca o cacau.
Num artigo científico, a equipe fala de uma parte do metabolismo da vassoura-de-bruxa que, ao ser desligada, impede o fungo de se desenvolver. Isso já foi conseguido em laboratório, falta a aplicação no campo.
Gonçalo comparou a briga do cacaueiro com o fungo a uma luta de artes marciais. "Imagine que um lutador fortão, um Anderson Silva, está enfrentando um cara magrinho".
Ele agarra o pescoço desse magrelo, aperta, aperta, e nada de esse cara desmaiar. A questão é que o magrinho tem dois pescoços. Não adianta apertar só um".
O fungo da vassoura, o Moniliophtora perniciosa, tem duas estratégias diferentes para respirar, cada uma usando substâncias distintas para processar o oxigênio nas mitocôndrias, que fornecem energia para as células.
O estudo da Unicamp, diz a Folha, mostrou que o fungo usa cada uma dessas substâncias em fases diferentes. Uma é prioridade quando o fungo afeta tecidos vivos do cacaueiro, entrando pelo espaço entre as células da planta.
A outra é mais usada na fase avançada, quando passa a destruir células do cacaueiro já mortas. Gonçalo explica que a primeira substância é importante para facilitar a sobrevivência do fungo no momento em que é combatido pela planta.
Ela impede que o fungo seja eliminado pelas defesas. Já existem fungicidas que atacam o primeiro "pescoço", mas isso não garante o fim da vassoura por causa do outro.
O problema é que os inibidores que nós usamos são muito instáveis. Temos de achar maneiras de fazer com que ele dure no campo", conta Gonçalo, que fez a pesquisa com Daniella Thomazella e o doutorando Paulo Teixeira.
Postado por Calazans Silva
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