O velho e famoso jeitinho brasileiro de tirar proveito de toda e qualquer situação está revoltando quem precisa realizar serviços nos cartórios baianos. Em alguns deles, como constatou ontem a reportagem da Tribuna, existe um verdadeiro esquema para “facilitar” a vida dos que não tem tempo para aguardar uma média de três horas por um simples serviço, como costuma ser.
A equipe de reportagem então resolveu demonstrar estar descontente com a quantidade de pessoas que aguardavam atendimento, no 11º Ofício de Notas, na Boca do Rio, como um cidadão comum que necessita do serviço. Logo uma proposta foi oferecida: “Se você quiser, dê cá 50 conto que eu resolvo. Vai reconhecer firma, é?”, indagou o senhor, de uns 50 anos de idade ou mais. Antes que a resposta fosse dada, ele continuou: “Rapaz, tem jeito não! Se quiser andar rápido, é assim que funciona”.
Era pouco mais das 10 horas da manhã e as senhas distribuídas naquele momento estavam na casa de mais de 140. As cadeiras disponíveis dentro do cartório eram insuficientes para o montante de pessoas que aguardavam atendimento, algumas das quais permaneciam em pé e do lado de fora, ou até mesmo sentadas nas escadarias do Multishop, prédio em que funciona o 11º Ofício de Notas.
“É uma falta de respeito. Até agora não fui atendido. Por isso, sou a favor da privatização desses cartórios”, desabafou o aeroportuário Emmanuel Duarte Sales, 51 anos, que havia chegado ao local antes das 7 horas e portava a senha de número 28. “Prefiro aguardar aqui a dar dinheiro a alguém que facilite a minha vida lá dentro. Mas é assim, infelizmente, que muitas vezes acontece, recorre-se ao que é errado”, continuou.
Ao se infiltrar nos bastidores do “esquema”, demonstrando interesse pela ajudinha oferecida por aquele senhor, a reportagem descobriu que existe uma tabela de preços praticada do lado de fora para cada tipo de serviço. Por exemplo: enquanto para obter sinal público e reconhecimento de firma no cartório se paga R$ 1,30, do lado de fora é cobrado R$ 50, por um único serviço. Há pacotes, inclusive, "promocionais": dois serviços saem por R$ 70.
Quem não se deixa seduzir pelo esquema, precisa mesmo é até fazer sacrifícios para ser atendido. É o que fez o casal Isabela e Anderson Leite, de 30 e 31 anos, respectivamente. “Estivemos aqui na quinta e sexta-feira da semana passada e não conseguimos reconhecer firma. Chegamos hoje às 8h30 e torcemos para que, dessa vez, dê certo”, comentou o analista de sistemas, exibindo em mãos a senha de número 70.
Procurado pela Tribuna, o tabelião titular do 11º Ofício de Notas, Raymundo Alberto Gomes da Costa, não estava no local. Segundo funcionários, somente ele poderia conversar com a reportagem.
A equipe de reportagem então resolveu demonstrar estar descontente com a quantidade de pessoas que aguardavam atendimento, no 11º Ofício de Notas, na Boca do Rio, como um cidadão comum que necessita do serviço. Logo uma proposta foi oferecida: “Se você quiser, dê cá 50 conto que eu resolvo. Vai reconhecer firma, é?”, indagou o senhor, de uns 50 anos de idade ou mais. Antes que a resposta fosse dada, ele continuou: “Rapaz, tem jeito não! Se quiser andar rápido, é assim que funciona”.
Era pouco mais das 10 horas da manhã e as senhas distribuídas naquele momento estavam na casa de mais de 140. As cadeiras disponíveis dentro do cartório eram insuficientes para o montante de pessoas que aguardavam atendimento, algumas das quais permaneciam em pé e do lado de fora, ou até mesmo sentadas nas escadarias do Multishop, prédio em que funciona o 11º Ofício de Notas.
“É uma falta de respeito. Até agora não fui atendido. Por isso, sou a favor da privatização desses cartórios”, desabafou o aeroportuário Emmanuel Duarte Sales, 51 anos, que havia chegado ao local antes das 7 horas e portava a senha de número 28. “Prefiro aguardar aqui a dar dinheiro a alguém que facilite a minha vida lá dentro. Mas é assim, infelizmente, que muitas vezes acontece, recorre-se ao que é errado”, continuou.
Ao se infiltrar nos bastidores do “esquema”, demonstrando interesse pela ajudinha oferecida por aquele senhor, a reportagem descobriu que existe uma tabela de preços praticada do lado de fora para cada tipo de serviço. Por exemplo: enquanto para obter sinal público e reconhecimento de firma no cartório se paga R$ 1,30, do lado de fora é cobrado R$ 50, por um único serviço. Há pacotes, inclusive, "promocionais": dois serviços saem por R$ 70.
Quem não se deixa seduzir pelo esquema, precisa mesmo é até fazer sacrifícios para ser atendido. É o que fez o casal Isabela e Anderson Leite, de 30 e 31 anos, respectivamente. “Estivemos aqui na quinta e sexta-feira da semana passada e não conseguimos reconhecer firma. Chegamos hoje às 8h30 e torcemos para que, dessa vez, dê certo”, comentou o analista de sistemas, exibindo em mãos a senha de número 70.
Procurado pela Tribuna, o tabelião titular do 11º Ofício de Notas, Raymundo Alberto Gomes da Costa, não estava no local. Segundo funcionários, somente ele poderia conversar com a reportagem.
Fonte: Pimente
Postado por Calazans Silva
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