O
pãozinho de todas as manhãs deverá ficar mais salgado no mês que vem. O preço
do pão deverá subir até 12% em abril, de acordo com entidades que representam
os fabricantes do setor, em razão das recentes altas do dólar e da energia
elétrica. Nos últimos 12 meses, o pão subiu 5,40%, de acordo com o IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial. Apenas em
fevereiro, a alta foi de 1,23%.
O
dólar cotado acima dos R$ 3 - moeda base para a compra do trigo importado - e o
aumento nas tarifas de energia elétrica forçam o custo da indústria, que logo
deverá repassar o aumento ao consumidor, afirmam fabricantes.
“A
energia elétrica representa 14% do custo da fabricação de pães e a
farinha de trigo, 33%. O preço final pode ter um aumento entre 8% e 12%,
deixando claro que cada empresa tem a sua planilha e a decisão de como lidar
com o aumento na produção”, afirma José Batista de Oliveira, presidente da Abip
(Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria) -que
representa os fabricantes do pão francês.
Para
Oliveira, cada padaria ou supermercado deverá estudar o preço para continuar
competitivo e não diminuir a participação do consumo do pão no país. “Quando
você aumenta o preço, naturalmente, você inibe o consumo. O nosso
aconselhamento, como entidade, é que a empresa faça o máximo para transferir o
mínimo para o consumidor final”, diz.
Os
produtores de pães industrializados também já calculam os custos e o quanto
deverá ser repassado ao varejista. Os pães que passam pela indústria chegam a
10% do consumo total, de acordo com a Abimapi (Associação Brasileira de
Indústrias de Biscoito, Massas, Pães e Bolos industrializados). A entidade que
representa o setor afirma que o aumento para este tipo de pão deverá ficar em
8%.
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