Imperatriz, MA - O juiz
Marcelo Testa Baldochi, da comarca de Senador La Roque, no sul do Maranhão, deu
voz de prisão a três funcionários da TAM, neste sábado, no aeroporto da cidade
de Imperatriz, localizada no sudoeste do Maranhão. O juiz foi barrado por
funcionários da companhia pois chegou atrasado no embarque de seu vôo para São
Paulo.
Segundo informações de um
prestador de serviço do aeroporto, o juiz foi informado que não poderia entrar
no seu vôo pois o embarque já havia sido encerrado e o processo de decolagem
estava em andamento, o que provocou a ira do magistrado.
"Ele ligou para a
polícia para que viessem prender o funcionário. Ele ficou gritando no
aeroporto, deu show de arrogância, de grosseria. E olha que os funcionários
foram educados, não fizeram nada com ele, apenas informaram que não poderia
viajar porque a aeronave já havia sido fechada", declarou o funcionário.
A testemunha também
informou que outros dois funcionários tentaram ajudar os colegas, explicando
para o juiz que este era o procedimento padrão e que as normas de aviação não
permitiam o embarque, mas também receberam voz de prisão.
O magistrado acusou os
funcionários da companhia de crime contra o consumidor. Estes foram
encaminhados para a Delegacia Regional de Imperatriz, onde prestaram
depoimentos e foram liberados logo em seguida.
O juiz, por sua vez,
conseguiu embarcar em outro vôo no mesmo dia pela companhia aérea Gol. Segundo
a polícia local, Marcelo Baldochi ainda não foi a delegacia para prestar
depoimento, mas deve ser intimado nos próximos dias.
Em nota, a TAM informou que
está colaborando e prestando esclarecimento às autoridades sobre o caso. A
empresa também declarou que segue "todos os procedimentos de embarque
regidos pela Legislação do setor".
No ano de 2007, o juiz
Marcelo Testa Baldochi foi incluído na 'lista suja' do Ministério do Trabalho
por manter 25 funcionários em situações semelhantes a escravidão. O ministério
localizou os funcionários em situações degradantes em uma das terras do
magistrado.
Na época, o juiz declarou
que houve "abuso" por parte da fiscalização e que "nunca
houve" trabalho semelhante à escravidão em sua propriedade. No ano
seguinte, o nome de Marcelo foi retirado da lista na versão atualizada do
cadastro, em 2008.
Em 2011, uma nova denuncia
foi feita contra o juiz, após ele manter trabalhadores rurais em condições
próximas à escravidão em sua fazenda na cidade de Bom Jardim, localizada a 275
km da capital São Luís. Marcelo foi condenado e teve que pagar indenização a
seus funcionários
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